“Spinning”

Boas pessoal!

O Inverno já foi e os dias cresceram bastante, já têm muitas horas de sol para o meu gosto, não gosto dos dias grandes e detesto esta altura do ano, se pudesse trocava as estações de Primavera e Verão por mais duas estações de Outono e Inverno… Escolhi um dia para fazer uma jornada de spinning num daqueles laredos que já me deram alguns Robalos nos últimos anos, laredo de acesso bastante ingreme que tenho frequentado ultimamente e que já conheço as pedras que se atravessam no meu caminho, algumas até já têm nome.

O ataque estava previsto para o aceio da manhã e tudo indicava que ia ser rápido porque o mar ia subir consideravelmente de um momento para o outro, isto segundo as previsões, no entanto a descida e aproximação ao alvo foi feita ainda de noite. No plano que tinha em mente, havia uma zona onde queria lançar com amostras e outra onde tinha fé nos vinis, nos primeiros lançamentos perdi uma amostra matadora por aselhice minha, estava capaz de partir pedras à dentada, dei por mim a discutir comigo mesmo e a chamar-me todos os nomes, os ânimos exaltaram-se e ainda vi o caso mal parado, por pouco não me peguei comigo mesmo e depois queria ver como era, sem ninguém ali por perto para separar 😊😊 bom mas lá me acalmei um bocado e fiz as pazes comigo mesmo e ficou tudo bem, vá lá menos mal 😄😄
No meio daqueles entrilhados de pedra havia um rasgo com areia ligeiramente profundo e era aí que eu queria apostar nos vinis, cada vez que recuperava sentia o relevo do fundo sempre que parava o vinil e não demorou muito até cravar a primeira baila e que jeitosa que ela era, fiquei animado e logo no lançamento a seguir cravei outra também ela bem boa, ainda mais animado fiquei claro, fiz mais dois lançamentos sem sentir nada e ao terceiro tive outro ataque mas que não a consegui cravar e de um momento para o outro não senti mais nada, resolvi trocar de vinil e ao segundo lançamento com este levei uma bela mocada e um peso diferente a cabecear na outra ponta da linha mantinha a cana dobrada, a pouco e pouco sem lhe dar muita folga fiz com que viesse ao meu encontro, ele não gostou muito de me conhecer, já eu confesso que gostei mesmo de o conhecer, era um belo Robalo sólido e bem constituído que seria a última captura desta jornada.

De um momento para o outro o mar em alto e bom som dizia-me que dali em diante quem mandava era ele e quem sou eu para argumentar com o todo poderoso, já tinha uma pesca porreira e estava satisfeito, então decidi mentalizar-me que tinha muito para subir e lá fui eu por ali a cima onde um lindo rabirruivo-de-testa-branca abria-me caminho fazendo pequenos voos e pousando de pedra em pedra, até parecia que se estava a meter comigo o malandro, são momentos destes inesperados que adoro nestas minhas idas à pesca por estas bandas.

Já lá em cima fui bem recebido por mim mesmo com um café e claro uma fatia de folar, um gajo também tem de comer alguma coisa, atão 😋
Primavera_01
Primavera_02
Uma relação indestrutível que a cada ano que passa se torna mais sólida
Bem mas no dia anterior ao passar por uma horta que fica junto à estrada eis que algo me chamou a atenção, era um lindo carreiro de favas com um enorme abacateiro mesmo ao lado. Então resolvi adiar o regresso a casa para mais tarde e vir pela calada da noite e assim podia trazer mais qualquer coisa para compensar o preço a que está o gasóleo, fiz ali uma pequena paragem para encher um balde de favas e apanhar meia dúzia de abacates e tomei-os como oferecidos, pois atão 😉
Aí estão elas prontas para o ataque 😋
Rola juvenil solitária
Rola juvenil na companhia de um pardal, espécies diferentes a partilharem tranquilamente o mesmo espaço enquanto os humanos lutam e matam para serem e terem mais do que o vizinho…
Haja saúde e força aí pessoal.

Por Don Pesca

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