“Surfcasting”

Boas
pessoal!

Há uns dias
atrás em que o Mar andou bem mexido aqui no sul do sul, resolvi aproveitar uma
aberta que acontecia numa viragem das condições meteorológicas, depois do plano
traçado desafiei o meu amigo Zé para me acompanhar nesta jornada que
supostamente começava tranquila mas que acabaria no limite das condições para
se conseguir pescar, pelas minhas contas tínhamos cerca de 4 horinhas propicias
a dar uns Sargos, restava saber se eles iam colaborar…

Quando
chegamos ainda bem cedo as temperaturas elevadas para a época durante aqueles
dias convidaram gente a mais para o nosso gosto a irem à praia e logo no
caminho para o spot cruzamo-nos com um gajo todo perfumado de óculos brancos e
uma t-shirt cor-de-rosa a dizer “Love”  
(porrrrra
era o que faltava, ainda não montámos as canas e já as bruxas “andem” aí)
resmunguei eu…
Ainda era
cedo e já tínhamos tudo pronto para a festa, o Zé fazia alguns lançamentos para
apalpar terreno e ver se havia limo, apesar de alguma palha pescava-se bem
nesse aspecto, o problema era a ruama que estava presente na praia e não dava
hipótese a que um peixe de melhor qualidade chegasse perto do isco, quando não
é do cú é das calças, este Inverno tem sido complicado fazer uma jornada de
surfcasting em perfeitas condições…
Passaram
algumas horas e ao entardecer o sol foi abafado pelas nuvens que vinham do
quadrante oeste, entretanto a temperatura já baixava e pedia-nos um agasalho, equipámo-nos
a rigor e aproveitamos para comer alguma coisa na esperança que a ruama se
fosse deitar na hora do vitinho…
O Mar dos
últimos dias tinha tirado muita areia e ao mesmo tempo trouxe de tudo um pouco
que depositou ao longo das praias, neste caso encontrei uma camara de filmar
que para meu espanto estava em perfeitas condições quando a retirei da caixa
estanque…

O tempo
fechava-se e escurecia a cada minuto que passava, não tardou a chegada da noite
e do vento incomodativo que as previsões anunciavam, as próximas horas pediam
dedicação e trabalho para tentar chegar a algum resultado satisfatório…

A ruama
apesar de ter diminuído a actividade e o apetite não desapareceu por completo e
o pior pesadelo (o limo) chegava por correio azul para se juntar à festa, dois
obstáculos difíceis de contornar começavam a ditar a sentença…

Ambas as
canas dançavam um balé sincronizado ao som do vento, os Sargos apareceram para
comer à hora que eu tinha previsto e com muito trabalho e dedicação lá foram
saindo uns kileiros e outros de boa bitola também, alguns de menor tamanho iam
sendo libertados, foram 3h sem ter qualquer contacto com o meu companheiro que
pescava apenas a 20 m de mim, a actividade das piranhas que ratavam as iscas
rapidamente e o limo que me fazia perder bastante tempo obrigavam-me a ter as
canas mais tempo fora de água do que a pescar, com o avançar das horas a noite
começava a mostrar a sua cara de poucos amigos, entretanto o som da trovoada já
rasgava o silêncio do céu negro e ao fazermos o ponto da situação decidimos que
era hora de dar por terminada esta jornada num momento em que a Mãe Natureza
anunciava fazer uma entrada em grande…

À minha conta e apesar de todas as adversidades ainda consegui juntar uns Sargos velhos, se não fosse a ruama e o limo com certeza tinha sido mais um dia daqueles.

Aproveitei
para apanhar um mariscote por aqueles dias também
Aqui não há
limo que me vença
Berbigão
negro
Num outro dia
em que o mar não me deixou pescar por causa do limo, arrumei as canas e fui
apanhar o petisco na maré vazia antes de vir embora, um gajo também tem de
comer alguma coisa, atão!!! 😉

Saúde e
força aí pessoal…

 

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