Já faz uns dias que programei esta jornada para aproveitar uma aberta que o Mar ia dar, sabia que tinham saído uns Robalos num spot que eu conheço mas decidi ir para outro lugar, pois nunca gostei de andar atrás do peixe que os outros já apanharam, gosto de procurar o peixe que ainda não foi apanhado…
No laredo que eu escolhi há por ali um estrado de pedra alto com uns caneiros em volta fazendo daquele local um território de caça perfeito para Robalos que gostam de se camuflar naquele ambiente. Com tudo programado para atacar de madruga antes do mar ganhar força novamente eram horas de preparar alguma coisa para comer e descansar umas horas dentro da carrinha para me abrigar do fresco que se fazia sentir cá fora e ao mesmo tempo curtir o silêncio da noite que só aqui consigo encontrar…
Preparei uns ovos estrelados com chouriço e alhos para comer com pão e claro um copo ou dois ou três de vinho, porque um gajo para além de ter de comer alguma coisa também tem que beber para não embaçar, atão 😂
Às 4:30 o despertador tocava e com poucas horas de sono acordei com aquela dor nos ombros e nas costas, deve ser falta de olear o esqueleto, apressei-me a fazer um café para comer com uns bolinhos e ir ao ataque…
A ansiedade era muita e só queria chegar ao sítio para lançar umas amostras e ver se andava por lá algum peixe comprido, mas deixa-me lá ir com calma para não queimar a língua “pensei eu” essa coisa das pressas por vezes não correm lá muito bem. Tentei usar amostras adequadas a cada zona que lançava mas não havia meio de sentir qualquer resposta do outro lado a não ser alguma ou outra pedra mais desavergonhada que por vezes “se jogava” à amostra… O tempo foi passando e já na claridade do aceio da manhã foi quando um velhaco atrevido se jogou ao artificial que usava na altura ficando preso apenas pelo beiço e na última fateixa, permitindo assim que este peixe solitário mas jeitoso me desse uma bonita e prazerosa luta até ao último instante, sempre a tentar soltar-se do triplo com violentas pancadas e cabeceando de um lado para o outro, foi um verdadeiro Guerreiro mas acabou por perder esta batalha…
Ali perto de onde tinha deixado a carrinha encontrei este presente e como sempre não podia deixar de ser lá tive de o trazer para juntar a mais algum que tinha apanhado…
Se todos aqueles que vão para a praia armados em finos estragar o cheiro da maresia com perfumes caros e tirar fotos ao por do sol para publicar nas redes sociais, se todos esses “cagões” apanhassem apenas uma peça de plástico que fosse, com certeza que o meio ambiente estava muito melhor e vou ficar por aqui…
A meio da manhã o Mar já se anunciava novamente, este Inverno tem sido assim por estas bandas, umas maresias malinas atrás umas das outras que não se dá conta…
Entretanto por aqui na Ria a bem ou a mal vai saindo sempre alguma coisa para o petisco.
Bem meus amigos por hoje é tudo, o Inverno para mim não tem corrido com a feição que eu desejava mas é o que se vai arranjando para ir dando alguma vida aqui ao espaço.