Olá a todos!
Desta vez trago-vos não 1, não 2…. Mas 4 relatos de uma só vez! Só porque estão todos relacionados e foram todos seguidos, claro! 🙂
4 dias de pesca dedicados aos achigãs tanto a pescar de pato como da margem, com vento e chuva, sol e nuvens. Uns dias mais complicados que outros… Mas isso já vão saber mais abaixo!
São relatos um pouco extensos, mas com tanto peixe capturado e durante tantos dias, penso que é compreensível 🙂
Caso não estejam muito virados para a leitura, podem saltar para o fim do relato e assistir ao vídeo resumo! 😉
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Dia 1
Depois de fazer uma viagem longa mas tranquila, a expectativa e ansiedade estava em alta e obviamente tinha que ir fazer uns lances. Ainda ponderei bastante se ia ou não, já que as previsões não estavam muito amigáveis. O Outono tinha acabado de chegar…
Mas a vontade de pescar fala mais alto que tudo o resto e lá fui eu, rumo a um spot que aos poucos vou conhecendo os cantos.
Pato cheio de ar, canas preparadas, barbatanas enfiadas nos pés e lá vou eu!
Pato pronto, vamos lá aos achigãs!
Fui experimentando cranks, spinnerbait, alguns passeantes mas sem sucesso. Com baixa actividade traduzida em nenhum ataque, aproveitei então pescar mais lento e dar hipótese a algumas técnicas que pouco costumo utilizar (erradamente) mas que são eficazes nessas situações.
Coloco um jig com um atrelado tipo lagostim e ao fim de uns 10 lançamentos, eis o primeiro ataque!
Uma boa luta, a puxar bem pela cana com um ou dois arranques mais fortes, mas esse já tinha o destino marcado – ir para dentro da rede!
Estava feito o primeiro achigã e soube bem. É um alivio enorme nesta pesca quando se faz uma boa captura, quase como a dar um sinal de que é esse o caminho!
Continuei a dar à perna, a experimentar jigs, vinis, ocasionalmente dropshot mas a única coisa que apanhava naquele instante era… Chuva. Muita, mas muita chuva. E eu dentro de água com uns calções de praia!
Mas já se sabe, se é para pescar então é para pescar. E eu lá continuei a pescar!
Já mais para o final da tarde, vou tentar a sorte num cantinho que anteriormente provou ser um hotspot para os achigãs. E não me enganei.
Lançamento em direção à margem, jig a saltitar pelo fundo na minha direção e… Já está, mais um!
Foram precisas quase 3h para voltar a sentir peixe. Mas foi um tiro certeiro, porque passado nem 5mins, já estava outro cá fora!
Peixe desferrado, volto a lançar e… Mais um!! Mas este acabou por se desferrar num salto acrobático. Foi a sorte dele, senão eu ia-lhe tirar a fotografia para o cadastro!
Procurei esticar ao máximo este primeiro dia de pesca, mas com os dias cada vez mais curtos, tive que aos poucos ir me deslocando para a margem senão ainda ficava às escuras no meio da água 🙂
Pouco faltou…. 🙂
Estava assim feito o primeiro dia, com 3 capturas jeitosas (peixes a rondar as 700gr e todos com 38cm), nada mau para quem nunca apanhou peixe com jig e já não pescava desde Junho!
Venha o dia seguinte!
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Dia 2
Segundo dia, nova aventura!
A sessão de pesca à chuva no dia anterior não foi propriamente agradável, apesar de até gostar de pescar à chuva – mas quando estou preparado para tal!
Tentei descodificar as previsões para perceber se estaria vento e/ou chuva, e acabei por não arriscar pescar de pato, mas sim de margem. Sempre é uma abordagem diferente e permite dar algum descanso às pernas!
Depois de almoço volto ao mesmo spot e deparo-me com um cenário complicado… Algumas nuvens e bastante vento, que ora estava pelas costas, ora estava de frente. Bem, já lá estava por isso mais vale tentar a sorte!
Acho que não terá demorado mais do que 30mins para (novamente com jig) voltar a ter um peixe ferrado! E tão rapidamente tinha peixe, como deixei de ter…. É acabou por desferrar quase de seguida.
Palavrão para fora da boca, siga a pesca!
Insisti mais um pouco no mesmo cantinho, mas sem grandes resultados à vista, fiz-me ao caminho e comecei a procurar novo spot pela margem fora.
A única coisa que encontrei foram alguns cagados que timidamente emergiam e 2 ou 3 segundos depois de se aperceberem que eu estava ali, voltavam a descer.
As horas iam passam e volto ao sitio inicial, a ver se tinha melhor sorte. E mais uma vez foi uma escolha acertada, pois em 25mins tirei 2 peixes jeitosos e estava feito o dia!
Primeiro achigã do segundo dia
O jig continua a dar resultados
Foram ataques fantásticos, quase idênticos e no mesmo jig que no dia anterior tinha dado resultado. Acredito que tivesse ali um padrão…
O segundo é quase igual ao primeiro!
Coitado, faltava-lhe uma barbatana…
Dois belos achigãs a safar o dia, peixes novamente de umas 700gr e à volta dos 38cm.
Uma pequena curiosidade que só reparei mais tarde. O segundo achigã capturado não tem a barbatana lateral. O que poderá ter feito aquilo…?
Siga para o dia seguinte!
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Dia 3
Este dia foi simplesmente para esquecer… Acordei com umas dores de costas horríveis, praticamente não me mexia, estava completamente empenado!
Falei com uma tia que estava lá por casa e acabou por me marcar uma consulta com um osteopata. Problema? A consulta era as 20h30…
Solução? Já que tenho o dia livre, vou fazer um pouco de exercício e apanhar ar puro que me faz bem – sim, fui à pesca!
Voltei a fazer uma pesca de margem, mas para além de perder um peixe logo ao início, acabei por não sentir mais nada o resto da tarde… A não ser algumas dores.
E pronto, lá foi a primeira grade, muito sofrida 🙂
Mas o dia seguinte estava reservado para ser em grande….!
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Dia 4
Quarto dia, último dia para pescar, de dar o tudo por tudo!
Bem cedinho, fiz-me à estrada que ainda tinha uns bons kms para percorrer. É uma viagem bonita, mas bonito bonito é estar dentro de água a pescar 🙂
O dia estava bastante ventoso, ia ter de dar bastante à perna. Mas o que tem que ser, tem que ser!
Nas primeiras horas não senti nada, de maneira nenhuma. Spinnerbaits, jigs, vinis, whopper ploppers, jerkbaits… Nada chamava à atenção e dava-me a primeira alegria do dia.
Como o vento estava forte, a estratégia foi bater água com spinnerbait enquando dava à perna contra o vento. E depois fazer o sentido inverso à boleia do vento, mas com jig.
E eis que num lance para zona de ervas levo uma mocada forte e começa uma verdadeira batalha!
Por duas vezes a ponteira ficou bem mergulhada dentro de água, toda dobrada! Mas acabei por levar a melhor e consegui por o primeiro e belo achigã dentro da rede. Grade já não era!
Um bonito peixe quileiro a dar cabeçadas e arranques… Que mais poderia eu querer?
Ora lá está, outro igual!
Ao fazer o percurso de regresso optei, como tinha dito anteriormente, por usar o jig e bater zonas rochosas mais ingremes.
Num lance diretamente para uma ponta, levo mais uma pancada seca, ferragem feita e meto-me noutra luta fenomenal!
Valentão #2 que gostou do meu jig!
Outro peixe de bom calibre, igual ao primeiro do dia. Nada mau, a manhã estava a correr bem!
Manhã é como quem diz… Pois ja eram 14h e tinha que comer qualquer coisa. Pequena pausa para um lanche reforçado, beber água e levar o pato para outras margens, em busca de outras zonas para bater.
Pequena pausa para repôr energias
Novamente de volta à água, o vento durante a tarde parecia endiabrado. Houve inclusive alturas que tive que me encostar à margem só para não perder metros que já tinha dado à perna!
Lá acabei por me encostar numa zona mais protegida e consegui fazer mais uns lances de spinnerbait.
Do que me tinha apercebido, estavam abrigados perto das ervas, logo não perdi muito tempo em zonas sem essas condições.
E foi uma boa aposta, já que ao fim de 1h sempre a dar à perna contra o vento, veio o terceiro achigã do dia! Parecia maior, mas percebi que o peso era das ervas que vinham junto 🙂
Bonito achigã que foi a terceira captura
Um achigã mais pequeno, mas lutador na mesma! E se 3 achigãs já era bom, então….
Então e se for um achigã com força suficiente para me fazer dar uma volta de 360º no pato?!
Bastou um lance para (lá está…) uma zona de ervas, algumas maniveladas e levo uma pancada forte. Um salto acrobático bem perto de mim, e começa a diversão!
O peixe afunda com força e a puxar para o lado esquerdo.
Deixo-me levar para o cansar e ele continua a puxar, sempre cheio de vida! Até que o peixe decide virar na minha direção e coloquei logo a rede para o apanhar.
Quando dou por mim, tinha dado uma volta completa! Surreal a força destes peixes!
Este valentão deu uma luta fantástica!
Acabou por ser o maior do dia e das jornadas, com uns belos 42cm e os seus 1,195kg. Um belo achigã, sem dúvida alguma ficará guardado na memória.
Talvez 2 lances depois e ainda no mesmo sitio, volto a ferrar um peixe mal o spinnerbait tocou na água mas este já era um peixe mais pequeno com 30cm 🙂
Com a luz a diminuir e um longo percurso aquático para percorrer, dei por terminada a pesca, aproveitando a força do vento para me ajudar a deslocar para onde tinha o carro.
Terminou assim o 4º e último dia desta fantástica aventura que espero poder repetir por muitos e muitos anos, desde que haja saúde e condições para tal.
Para terminar, algumas considerações/constatações:
Neste último dia, foram percorridos 2,4km de manhã e 1,5km de tarde (aproximadamente, claro) dando um total de 3,9km sempre a dar à perna! Antes destes 4 dias, nunca tinha feito uma captura com jig, foi uma estreia e penso que aprendi um bocadinho mais com esta experiência; A pescar de pato perdi muito menos material que a pescar da margem, o facto de poder colocar-me por cima do sítio da prisão e tentar «contornar» ajuda bastante; Em dias de vento o pato torna-se bastante complicado de controlar, mas depois de aprender a controlar e «dominar» o posicionamento, pode-se usar o vento a favor em alguns casos;